quinta-feira, 19 de junho de 2008

O Grupo Corpo




O corpo e a multidão


Não quis nem saber: peguei o ônibus na Pça da Liberdade sentido campus da universidade para ver o Grupo Corpo, afinal eles estavam se apresentando na reitoria da UFMG, imperdível.Desci no campus, as escuras (pois haviam apagado as luzes) naquela penumbra da Praça de Serviços,um palco gigante. E uma multidão. Me remeteu logo às clássicas multidões, que me causam, uma já adiantada gentofobia.

Uma delas foi a final do Comida de Boteco. Fala sério gente! Multidões se aglomerando em torno do cool do mais legal, o mais na moda possível.Só de pensar que foi engarrafamento para chegar à região do Minas Shopping, dificuldades para estacionar, filas para entrar e adivinha? Multidões! Muita gente e uma mega produção no espaço! Pensei cá com os meus botões: a gente é maluco mesmo né? O que é que eu to fazendo aqui frequentando multidões? Com estes rótulos? Sei, sei, é apenas um pensamento banal, diria.

Outra ocasião em que me deparei com a multidão, foi na calourada da Puc-MG. Até que foi legal, mas como sempre,dá um frio na barriga até me acostumar com muita gente. Achei punk a estrutura da tenda eletrônica e um palco gigante! Mais ainda os artistas, pois nos shows dos Mutantes, a gente estava se sentindo na década de 1960!
E pra mim o Tom Zé virou guru.Compreendi que ele se propôs mesmo ao papel artista crítico palhaço contundente performer e nao tá nem aí.( Até porque ele tem moral pra ser assim pois tem uma cabeça pensante e pulsante, super tiozinho).
Foi demais, apesar da multidão. E estes espaços ( tenda eletrônica - palco) meio que subdivide a multidão, pois é possível observar a linguagem corporal, gestual, a maneira de vestir, de se comportar das pessoas e tals... Muito bom frequentar estes lugares, remetem-nos a diversidade:Gente maluca sim, mas também gente afinada...(se é que vc me entende, mano)

Voltando ao Grupo Corpo, me deparei com a multidão assistindo à apresentação, e com esta diversidade que me refiro. Havia ali não somente universitários, mas muita gente pertencente a comunidade universitária, crianças e tals. Lidar com multidões é isto, várias particularidades que formam uma homogeneidade.Rapidamente me enfiei no meio dela, me divertindo ao observar a maneira das pessoas de se comportar e de ocupar o espaço, uma relação direta com o corpo.(sacou aí o trocadilho, mano?).

Ocupei um lugar de frente ao palco, no gramado da reitoria. Permaneci ali, quietinha cercada de gente "da diversidade" admirando o talento, a empatia e a técnica do Grupo Corpo. E é claro que companhias assim nos proporcionam um orgulho duplo.Prazer enorme num dia de semana a noite, pela iniciativa da UFMG em trazê-los e pela possibilidade de atestar a beleza, das Minas, em seu estado bruto.


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