quinta-feira, 21 de julho de 2011

Em meio ao caos

Menina na Rede que balança
Menina tonta
Não existe a palavra pronta

Existe somente a palavra que não disse
O silêncio poético cara de pau
Blogue sem palavras essezim

Só amando em meio ao caos.

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Canto

A Nicolas Behr

Enquanto o poeta me canta
Eu danço.

Enquanto a dança me encanta
Eu lanço.

Espada de palavra,
Dança de salão:
Alegria de bolinhas-de-sabão.

Enquanto o poeta-cantor
Me lança
Arremesso de palavras,
Uma canção.

Lavo a alma,
De pernas para cima,
Quero estar junto dos que amo,
Pessoas-estrelas.

Alegrias que flutuam,
Em lancinantes palavras
Dá vontade de escancarar
O bocão da vida.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Nonada? Ou no tudo?

Para o São,(i)lógico!


"Estou contando ao senhor, que carece de um explicado. Pensar mal é fácil, porque esta vida é embrejada. A gente vive, eu acho,é mesmo para se desiludir e desmisturar. A senvergonhice reina, tão leve e leve pertencidamente, que por primeiro não se crê no sincero sem maldade. Está certo, sei. Mas ponho minha fiança; homem muito homem que fui e homem por mulheres! - nunca tive inclinação pra aos vícios desencontrados. Repilo o que, o sem preceito. Então - o senhor me perguntará - o que era aquilo? Ah, lei ladra, o poder da vida. Direitinho declaro o que, durando todo o tempo, sempre mais, às vezes menos, comigo se passou. Aquela mandante amizade. Eu não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu gostava dele, dia mais, mais gostava. Diga o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita.

Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não. E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a vontade de chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o cheiro do corpo dele, dos braços (...) - tentação dessa eu espairecia, aí rijo comigo renegava. Muitos momentos. Conforme, por exemplo, quando eu me lembrava daquelas mãos, do jeito como se encostavam em meu rosto. Sempre. Do demo. Digo? Com que entendimento eu entendia, com que olhos era que eu olhava? Eu conto. O senhor vá ouvindo. Outras artes vieram depois."

(Guimarães Rosa em Grande Sertão :Veredas)



Nem eu acredito.

Em todos os bons pensamentos que passaram na minha cabeça desde que entrei no busu, em tantos sentimentos bons que eu trouxe comigo após te encontrar, em tantas coisas bacanas que vc falou sobre vc e sua família. E nas coisas que vc nem disse, mas a gente fala também através de gestos, expressões, suspiros.

É padrão não acreditar, tipo: me belisca que eu tô sonhando? Ao mesmo tempo, adoro o conflito que gera potências de ir além. "Grandilouquente é a força que nos empurra rumo ao desconhecido delicioso..." E aí, se eu não ligasse, nem ia fazer diferença. É como ultrapassar a atmosfera e voltar intacto, ou não, podemos nos desintegrar. Então, será que é seguro ir mais alto?

Nem sei das respostas, talvez eu tenha sido treinada só para fazer perguntas...independente disso, é uma maneira de ir além. E dizer mais uma vez (e de novo): vamos lá! Afinal, tenho prazer, tenho desejo, tenho paixão e tantas outras coisas no âmbito do meu querer. Assim, uma pessoa apenas. É puro Riobaldo procurando Diadorim debaixo do arco-íris.

Mas o que é indescritível mesmo é a alegria, o prazer, o "ô trem bão sô" que permanece no espaçotempo (categoria sua) enquanto estou ao seu lado.





quinta-feira, 25 de junho de 2009

Seu olho me olha, mas não me pode alcançar

"Você não me pega,
você nem chega a me ver

Meu som te cega, careta,
quem é você?"





Maria, cadê vc?
Menina, deixa de ser descontrolada. Vai Maria, ser fóda na vida! Então Maria, qual é o gatilho que te impulsiona? Do que vc precisa? O que nós (pelo tanto que te amamos) devemos fazer para você ser menos torta na vida? Será mesmo que as pessoas só aparecem na sua vida, de Maria, por acaso na vida ainda?É pura gratuidade ter alguém na sua cama, Maria? Ou é um ato que é possível transcrever para uma tela de cinema, de pintura, para a tela da sua mente, Maria?
Qual o caminho você usaria para desvendar o seus descaminhos na vida, Maria? Onde está você menina? Menina que tanto ria, menina que cria, menina que tanto sabia e mesmo assim ainda ardia, aquela menina linda que vivia transformando a vida e as imagens em poesia? Onde está escondida a sua poesia Maria? Cadê minha querida, a sua menina mais atrevida? Cadê, cadê você menina?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vídeo de Chacal

"É preciso ter uma paciência revolucionária

É preciso ter uma fé inquebrantável

É preciso ter fantástica felicidade."


Chacal
(http://www.youtube.com/watch?v=inQGJr8HiI8)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Foi por medo de avião

Mais um post da série querido diário: dias em que me sinto super Mafalda sabe? Acho paia quando os homens perdem a capacidade do espanto, contra-partida da nossa capacidade de encanto, tão caro aos nossos sentidos. E num mundo caótico ainda é preciso e possível o sentimento melancólico de espanto. Um golpe do acaso numa manhã de outono, um país sem identidade, um avião decola e simplesmente desaparece sobre o Atlântico. Estamos vivendo momentos de limbo, a crista da onda da mudança, ei,vocês vêm os movimentos? Vêm o movimento das ruas, a latência da cidade? As novas tecnologias? Como o Gil, também sempre quis saber quando teremos raio-laser mais barato. Ainda não se encontrou justificativas para o sumiço do avião. Parece aquelas ficções surrealistas em que somem-se aviões numa boa, não é. Aguardaremos, tal como o Náufrago que lida com o que a maré leva até ele, o que a onda nos trará? Aviões simplesmente desaparecem? Acho doido. Este é o Século 21. Depois, quando falamos de devir e de acaso, chamam-nos pós-modernistas.
(Para o Leandro Augusto e para a arte)