segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Prêmio Dardos


Menina na Rede foi indicado pelo blogue da Anna Gabriela,
http://anna.gabriela.zip.net ao Prêmio Dardos.
Adorei! Para mim este prêmio é como uma troca de figurinhas virtual.


Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc, que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.

Regras:
1 -
Aceitar exibir a imagem.
2 - Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
3 - Escolher 15 blogs para entregar o Prêmio Dardos


domingo, 2 de novembro de 2008

Finados

Dia de finados sem chuva, atípico.
Em épocas de mudanças tão profundas, até as superstições mudam. Não choveu. Eu sou da época em que chovia e celebrava-se a memória dos nossos antepassados. A herança de uma família baseada em valores, e homenageava-se seus entes queridos.
Hoje não. Nem choveu.
Mesmo assim as pessoas cumpriram seus rituais e mantiveram seus valores.

E os valores?
Ah, hoje também vivemos a época das mudanças de valores, mudanças profundas. Nada mal para o que vivenciamos da Moderanidade.

Como parte do novo precisamos construir novos valores ou repensar em que andamos acreditando e o que nossa cultura nos impõe. Eu quero acreditar, mas...

Hoje não. Nem choveu.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Hilda, linda!

"Pai, este é um tempo de espera.
Ouço que é preciso esperar
Uns nítidos dragões de primavera,
mas à minha porta eles viveram sempre,
Claros gigantes, líquida semente no meu pouco de terra.
Este é um tempo de silêncio.
Este é um tempo de cegueira."


Hilda, tão atual.

domingo, 19 de outubro de 2008

Quem sou eu? Uma super resposta para o perfil do orkut.


"Não sei.

De quase tudo não sei nada.

O anjo que impulsiona o meu poema

Não sabe da minha vida descuidada" (Hilda Hilst)



Nasci em quatro de abril e sou mesmo exagerada, como dizia o Cazuza, que também nasceu neste dia. Romântica, aprendiz na modernidade, mulher de muitos cadernos, descontrolada, musa, camaleoa, de olhos clínicos, sensíveis e inaptos, odeio janelas fechadas, principalmente ao amanhecer, acompanho o por-do-sol, só aprendi a sorrir, desaprendi a chorar, não li o manual que expllique a lógica da vida (um grande conceito matemático) portanto quebro a cabeça, me emociono com o canto religioso, afeita às intensidades, adoro sinuca, amo crianças, era uma delas quando o The Smiths bombou nas rádios, cresci junto com o PT, me lembro do clipe de lançamento de Whe are the World, vi a queda do Muro de Berlim, a dissolução da URSS, a transmissão do atentado terrorista ao WTC na TV (e ao vivo) graças as maravilhas do mundo moderno,ouvi falar de várias crises vi limites se romperem, a cada momento um tipo de miséria na moda, acredito na ética e na poética, trilhei os caminhos alternativos- marginais dos eternos fãs de rock n roll e cigarros, rap, hard, black, punk, rock e punk-rock... produto do meio, década de noventa, fanzineira na Revolução Digital, em época de globalização, habitante da periferia, observadora do cotidiano, usuária de serviços, cidadã brasileira no início do século 21. Estudante universitária. Católica com um pé na macumba, herdeira de uma familia tradicional, neta de nordestina, descendente de italianos (tutti buona gente) há 500 e tanto anos, chupando o dedo e, sem identidade construída, sendo colonizada, inclusive culturalmente. Uma mistura de riquezas, mola-mestra de talentos. Presenteada com um dom, a lida com as palavras, amante delas em profunda dialética, violeira que tem certeza de que quem canta seus males espanta, me encanto com o sublime, acho que a poesia é como um blues: uma música triste que fala de felicidade, escrevi muitas palavras, muitas vozes na cabeça, vindas não sei donde, talvez do Velho Chico e suas memórias, da herança histórica, espiritual, genética, atemporal, energética dos ancestrais, místicos, lunáticos, femininos familiares de nós mulheres parindo criando, reinventando e caçando, sou ariana que não pára quieta curiosa cabeçuda brava comédia mimada procurando, procurando, procurando...isadorando.

domingo, 3 de agosto de 2008

Reflexões sobre a loucura.

Após um mês de férias pegando onda no Havaí e balangando na rede, uma super esticadinha no Festival de Inverno como membro da excursão da Tia Eliane com a ala feminina do Hospital Psiquiátrico, estou respirada. Assim, renovando a fé, curtindo uns sons, tentando empinar pipa e, principalmente, nos aventurando a sair de casa. (Bem Los Hermanos).

Hoje, por exemplo, tá rolando o último dia do Festival de Jazz na Savassi, super evento, com estruturas patrocinadas por empresas locais e de música boa e de qualidade em espaço público, sensacional, não fosse a minha gentofobia. Andei refletindo novamente sobre as multidões. Sei lá, fiquei pensando se cada cidadão chinês quisesse ter o seu próprio carro, seria muito doido.

Há lugares que fazem parte da nossa história e Ouro Preto é um deles. Entre os acontecimentos impagáveis (nem Mastercard!) de estar com amigos de verdade, numa troca afetiva ímpar, as mesmas imagens: Festival de Inverno de Ouro Preto.

As primeiras reflexões foram sobre a loucura. Veio à minha mente uma frase de, salvo engano, Fernando Pessoa no Livro do Desassossego:

"Os únicos que dizem a verdade são as crianças e os loucos.
Pois os loucos são aprisionados, e as crianças educadas, sensíveis."


Acho que o problema com a loucura é de ser aprisionada. Talvez se não trancafiássemos nossos loucos em instituições psiquiátricas, sociais e culturais, teríamos menos gasto com a saúde pública. A loucura deve permanecer solta, pronta para ser transformada, meio Forrest Gump, atravessar continentes.

Não sei. Talvez o Cristiano Psico saiba me dizer as questões sutis em que se tangenciam a loucura e a arte. Meio Bispo do Rosário, meio Tom Zé. ( Ah, vou ficar aqui ouvindo meus Secos e Molhados, pois "louco é quem me diz"...)

E que sejam bem vindas as novas loucuras de segundo semestre, passado o Dia Fora do Tempo, iniciamos novo ano Maia, afeitos e afetos às loucuras, as novidades, as verdades, e aos bons encontros com os amigos, estes sim, geradores de potência. Que a loucura seja criativa, transformadora, produtiva, alimentadora. Uma grande mãe para a a gente mamar.



quarta-feira, 16 de julho de 2008

Quintana

O Poema

Um poema como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na
[floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição
[de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido de mortal beleza.

Mario Quintana
In: "O aprendiz de feiticeiro"

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Porrada na mulera



Fim de semana Punk

Fim de semana de pura atitude Rock&sex&drugs.Tudo muito corrido, quinhentas mil coisas para fazer.Mas valeu a pena, novamente, mais um grande encontro de amigos no circuito Maletta, Cine Humberto Mauro, Sta Tereza, Jack Rock Bar com muito rock Raul e Beatles, com direito a se perder na madrugada da cidade.

Pra quem é adepto do versinho dos Los Hermanos: " para nós dois sair de casa, já é se aventurar..." eu tô demais mesmo. Muita agitação, burburinho da cidade, das potências pessoais. Mas vá lá, também a alegria e a poesia, com os amigos.

E ainda tem as lidas pessoais, das vozes internas, dos momentos circunspectos, da necessidade e/ou possibilidade da criação.Acaba que vida de escritora não é fácil mesmo, pois é difícil ser autista, aliás, é um grande aprendizado ter que matar personagens, ter que fingir que é, depois que não é, confundir o texto, o diálogo, o tempo, o cenário, tudo nesta simultaneidade da rede. Ufa!

Dói no coração da gente, afinal tem toda aquela carga emocional, a famosa busca do real e do irreal no texto. Tem hora que tem que parecer verdadeiro, mesmo sendo ficção e tem hora que é puro soco na cara das verdades ditas (tipo Ana C.) fingindo que não são. Ai Jesus,acende logo a Luz que amanhã é segunda feira, e de tanto rock meu coração tá bem punked. É como diz Tayler Durden:"This is your life:



P.S.Dou moral mesmo é para a Marla.