terça-feira, 13 de maio de 2008

... e somos tão espectadores das possibilidades da vida

"Todos esses que à força de correrem após si, foram de novo tomados da paixão de ser, e aos quais a própria lucidez levou a procurarem o máximo de cegueira." (Francis Jeanson)


Quando Jozu descobriu que cagaram no fundo do poço seco, que ele tanto estimava,ficou indignado e correu a perguntar à Josuelda se tinha sido ela.

Jozu é personagem da Grande Hilda, aquela que em vida foi parceira da Poesia e em morte é parceira da Isa.
Jozu vivia Vida simples e dividia a parceira Josuelda, com Guzuel, outro personagem do conto, ambos transavam com ela. Viviam no mato e dividiam o espaço, mas o poço seco de Jozu era sagrado.

Jozu tinha um rato mágico, que levava para se apresentar na esquina dos homens.
Lá, Jozu-encantador-de-ratos, encantava aos homens com suas habilidades. Estes homens que se deixavam encantar usavam botinas e roupas de militares, mas foram feitos espectadores das piruetas do rato mágico de Jozu.

O poço seco é a metáfora do sagrado e do intocado, onde Jozu podia ficar sozinho e viver sonhos grandes com seus ratos artistas e devaneios com o mundo dos homens.

Menina na Rede, é a metáfora do balanço. Do sacolejo da Black Music, das conexões com o mundo a partir desta grande rede. E tal como roteadores, dados, bits, códigos, e o planeta terra, tudo muito vivo e em movimento.

Menina na Rede balanga e balanga e não pára de balangar, pura inércia do movimento, da comunicação, do contato. De vez em quando até pára, e permanece. Desliga o computador e a rede fica.( em off)
A rede fica sem pescar os grandes peixes, sem balançar nos rebolados, sem transmitir os dados.

Depois de uma grande balada, vamos todos descansar, Já que a Vida é grande e pesada, e uma grande dose de vida, sem gelo, chapa.

Nesta noite, Jozu ficou indignado porque cagaram no lugar de seus sonhos, mas sei também que ele frita ovos e limpa o poço.

Nesta noite, não vamos balangar mas ficar à espera do Outono dos lindos céus altos, eu e Jozu, vamos dormir no lado de dentro, bem dentro do Poço Seco. De lá sairão novos números de ratos artistas-encantados para brindar a realidade na esquina dos Homens, mais que isto, ficaremos no Poço Seco a expectar as possibilidades da vida.





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Um comentário:

Anônimo disse...

"umas grandes doses da vida, sem gelo, chapa" Nossa pisco... q textículo maravilhoso... muito bom, sua cara mesmo... menina na rede é desabafo, é escabe, ponta do qual se sai informação, meio de transmissão do bits, dos bytes e dos megabytes do cérebro...
no seu caso digo dos terabytes que correspondem-se a 1024 gigabytes...rs...
bjos mil mulher de infinitos bytes!!!!!!!!!
cris.