sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

DE CASA, DA CASCA, DE DENTRO, DO PAÍS.





Como está a minha foto aí, dá pra me ver ??

É uma homenagem às Letras.
Não sei muito bem o que significa isto é o estranhamento.

Você está por cima.

Como assim ? Eu gosto de ficar por cima,Maravilhuda.

Preciso sair
de casa no fim de semana
da casca do ovo
de dentro da crisálida
para fora do país
Andiamo !
virou até poema
si, si.

Achei vcs esquisitaços ontem
mas pode ser que quem achou vcs esquisitos foi a Alice,
sabe ? No primeiro fim de semana
pós libertação e pós salário iremos ao FUNK
Ele não chegou a dizer que emagreceu por amor
mas EU acho que foi.

Chega !
Vamos parar de confusões
Sabe, que mania de ter problemas !
Pragmatismo!
Ir lá
Pra que ficar com a cuca cheia de razão ?
Pra nada ?
Chega,
o estranhamento diz que a atitude é sua

Você constrói
e não sei se o caminho é esse excesso de referência.
Você tem que compar o tijolo o cimento pegar a pá fazer a massa bater a pedra
presença.

Conhecer, mosttrar
A beleza
O Desejo
A Inteligência
E todas aquelas características que você julgar ter
e enumera nos sites de relacionamento. (Tempos Modernos)

Mas será que estamos vibrando certo ?
vamos regular este dial já!
Ah vamos logo reagir e viver
"tudo o que há pra viver "?
como diz o Lulu Santos !!!!

Fala sobre as referências
Que referências ?
As referências equivocadas do amor que temos
Dos medos gigantescos.
E estava ali com a Alice conversando s
sobre o GRANDE MEDO que vc se refere sempre
ligou ?
qual é ?
E medo é do tamano da vida !!!!

Hoje, talvez seja menor.
O medo é menor do que a vida ?
Acho equiparáveis
Duas vias, escolha a sua !

Não estamos tão mal assim, apenas,
calados: eu e ela.
As primeiras palavras foram ao ESTRANHAMENTO
Sabemos sempre que irá passar
sim sim sim
Mas enquanto não passar, o que faremos ?
Esperaremos.

Li sobre a reportagem do Suicidio.com
E tô de cara
Com estas referencias aí sabe ?
De esperar enquanto a tristeza da gente passa
Tem gente que não sabe esperar
Nem atravessar os caminhos
A travessia do Guimarães Rosa,por exemplo
Quero esperar.
Ás vezes sumir
mas não morrer.
O lopping se faz assim.
Profético, eu diria.

Vc tá meio Renato Russo ?
- Só por hoje.

Teve dias em que ele pensou :
" É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."
Em outros, " Este é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante..."
muito bipolar né ?

O que é a potência de Vida pra você ?
- Temos que nos distanciar e perguntar isto mesmo.
Perguntas, perguntas. Ótimo! Agora, ao longo,
procuraremos as respostas.

Sinto muito pela tristeza,
aquela que ninguém rouba?
E quando estamos semi-tristes, graves,
pendentes é a hora de dar uma sacudida em tudo ?

E sutil e levemente
passar os portais da loucura
As angústias e seduções dos cenários futuros
Encaixar-se no seu desejo
E esperar a satisfação pingar, pingar...
Até inundar.

O palco nos aguarda.
Buraco no estômago
Quem sente é estrela
E devido às tristezas
Beijos amores e cores duplas hoje

E vcs me façam o favor,
saiam logo desta linha álvares de Azevedo
e vão ouvir um Tom Zé !

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Tudo muito simples, se não fosse complicado.

Continuando o nosso trabalho
de tentar enxergar o que há depois da curva,
buscando as melhores palavras
os bons encontros
e a boa criatividade

Decidimos,
enquanto BONDE,
elucidar a beleza do cotidiano
através de detalhes simples detalhes,
("tão pequenos de nós dois!")
é como se estivéssemos ouvindo uma conversa, saca ?
Meio Voyer,assim

(antes de ler, please,
olhe para a imagem e
diga o mantra: OM...)





Nos encontramos no Msn
você me mostrou o recado que deixou pro cara
o ultimo recado ? que horas foi isto ???
falou o que disse pra ele.
ontem à noite ?????
sim.
ah eu disse pra ele que ele era um vacilão ?
meia noite.
nossa
uma hora
eu tava louca
mas que o amava
nooooooooossa que bafo !!
ah, sei lá !!!
não percebi
mais ou menos isto...
achei normal
putz, vc teclou com a boneca de olinda e nem viu ???? ah ah ah aha
por que?
na verdade eu tava "daquele" jeito
uai porque eu nao lembro direito
e porque quando eu disse pro cara:
vc é um vacilão, mas vc faz suas escolhas
... e tals sabe o que eu penso mesmo ???

que este "eu te amo" é vazio nada a ver... mas, vamos lá !
será?
: o nosso amor a gente inventa
resta saber sob que base, né?
é isto aí !!!!
e não sei qual a sua.
porque ???
ué, entendo assim:
você tinha uma expectativa

frustração
que é uma tristeza que fica quando a expectativa acaba.
ah viva a adriana falcao
e aí, a gente se pergunta
por que?
que caminhos a gente inventa ?

que obra é essa?
isto mesmo
o que estamos obrando mesmo?
vou publicar todas as nossas conversas...

nao podemos perder estas reflexões
é isto mesmo
tentando encaixar os outros na nossa expectativa
fiquei chateada
na real
mas fazer o que ?
eu acho que a gente tem que enterrar frustrações
não quero fazer nada
ficar de luto o tempo que for
deixa pra lá
e deixar a tristeza passar.
não quero luto por alguém inventado
bora
bora -bora pra vida

na verdade, é preferível eu dizer assim:
ó eu quero por causa disto, disto e disto....

luto das nossas invenções
isto mesmo, vida louca vida
pra que outras venham

porque
tem luz
sabe conversar
é inteligente
tem felling
na musica chama-se rif
o rif da guitarra sabe ?
talvez mais bacanas
dança de salão
sei lá
enquanto isto na sala de
justiça
a pessoa, nem aí !!!
então beleza...

isso fica aí dentro, as emoções.
a querência né ?
mais o foco era no outro.
normal
tá ligado ?
falta rebolar mais
ontem eu tava impossível
noooossa
entendo.
também sinto isso.

as vezes a pilha falta
talvez energia
falta posicionar melhor né ?
pro correr mais solto
diante do que eu quero
como eu quero
o que eu posso e não posso
e ficar criando expectativa pra preencher lacunas
nada a ver
ou ter uma carnalidade, quebrar as travas.
sei.
a gente nunca sabe o lugar certo onde colocar o desejo.
é preciso gritar.
e fica, à partir deste desejo,
tendo vontade de fazer isso toda hora.

deixando qualquer um entrar na vida da gente
hoje tive vários momento de vontade de gritar.
ou então, querendo colocar as pessoas dentro da vida da gente, nossa !!!!
porque o que que tá pegando ?
mas tem que deixar
e escolher
nada.
só vontade de gritar
terapia do grito ???
ah ah ah
terapia é da loucura
como se eu quisesse falar com Deus
:não precisa gritar
ele não é surdo ah ah ah
uma ansia
e eu que tô precisando viajar
parece que não tou cabendo em mim

que bom, é sinal de que vc é um grande homem
ah ah ah
tão grande, jovem senhor, que não cabe em si
pode ser
mas, fala sério, porque não tá cabendo em si ???
excessos ???
vontades? ansiedades ??

sou um homem meio sonambulo


o que houve no sábado, foram maletar ?
ah é !!
de vigilia.
eu ando tâo esquisita

o q está acontecendo ?
é uma questão de fuso horário seu ou meu ?
Tá demais.
ou está de cabeça quente
não consegue dormir ?????
estou meio em metamorfose
rapei meu corpo
hum.... então sugere coisas novas
tirou todos os pêlos ???
como assim ????
mais eu estou feliz
só da cabeça que não.
fechação???

ah e as pernas me conta @!@!????
pior que não.
me estranhei.

mais tô feliz
( ah ah ah eu vou publicar !!!!)

de saco raspado ?

ah ah ah
acho que vou fazer isso.
será que eu quero me mutilar?
não!!!
talvez vc queira se transformar.
tô fazendo coisas que eu não fazia.
é válido, não acha ?
mas tudo dentro de um limite faz parte do aprendizado. oras !
acho normal, está assustado por fazer coisas que não fazia antes ?
tem te acrescentado ??
mais repito, estou feliz.


encontrar a galera.
mas quero mais
tem uma certa ânsia mesmo.
uai
estamos crescendo, nos tornando adultos,
homens e mulheres
queremos nos completar
não é assim ?

eu também quero
transcender ao absurdo
absurdete que sou
recomeçar

num é !!
eu também encontrei com ele hoje

e ele me disse que vc se encontrarm no sábado
vou para o banho
desculpe-me
preciso descansar
e tals ...
ah ah ah
e publicar o nosso diálogo no blogue
ou não
vou aprender a colar mas a omitir
a recriar
tudo bem
a reinventar
também vou

é tempo de novas leituras
novas buscas
tentar dormir
ponha os dois pés numa bacia dágua
tenho fotos do carnaval
ajuda a amolecer o corpo
vou lhe mandar
ah quero ver demais, poe no orkut,
vou por
beijos
quero ver demais as fotos do maravilha estuprado...
ah fica bem viu :?
pode deixar
kissis
' enfie o pé na poça dágua prateada'
é um verso meu
enfie o pé na agua mesmo
relaxa
ótimo
e vc fica bonitinho
você também
beijos beijos flores goooooood amores cores
está tudo bem
beijos
beijos
beijos
amores e cores
luzes e cambalhotas no campus que agora é nóis,
o bonde volta pra universidade
de salto alto

fomos, eu e a olinda
kisses good
kisses


DA NOVA SÉRIE, SONS DO BLOGUE
* My Sweet Lord - George Harrison


*Este texto é uma criação coletiva da
"Mc Lu: Eventos, Entretenimentos,
Performances e Demais Psicodeliazinhas"

representados aqui em 66% do Bonde.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Carnaval é carnaval, feriado besta é feriado besta.




Esta célebre frase foi dita pelo Manna, meu irmão e brother.Não é que o Carnaval não é o feriado mais besta? Significa o ritual de passagem para a vida econômica
e política do país, pois assim começa o ano:todo mundo pelado,chapado, sambando nos trópicos. Falo como uma pessoa que realmente não é deste planeta,já assumi, eu sou das estrelas mesmo e pronto.
Minha mãe disse que existe extra-terrestre e gente que já foi abduzida ! E quem sou eu para duvidar da minha mãe ?

Tá certo que vivemos aquém de nossas possibilidades,pois o ser humano pode muito mais, "somos seres de potência" -como diz meu amigo Fofs e eu sinto a POTÊNCIA!
Carnavallis à parte, deixei de ser estatística dos acidentes nas rodovias brasileiras, de gastar dinheiro à toa para
atender a um padrão "Folião", e ainda quebrei tudo assim mesmo. Tá certo que mamãe também disse que se pega mononucleose pelo beijo na boca, mas esta foi a última coisa em que pensei enquanto beijava o negão lá em Sabará, ah ah ah.
Com Jimi Hendrix, Steve Wonder,Paulinho Moska,Public Enemy,Aretha Franklin, Funk e Rap, e um bom jantar de tabule com feijão também se faz uma festa, se anda em círculos,até abraçei a Boneca de Olinda em dois dias do evento!
Acredito na vibe, no que está além, não me convenço de que é só isto aí, enquanto não mudarmos nosso padrão vibracional continuaremos aquém e se não nos elevamos, enchemos a cara de todo tipo de substâncias para tentar subir.

Em direção ao universo.

Do you wanna get high ???

Num é Cypress Hill?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Da série: O CADERNO ROSA DE ISADORA ISA

Carnaval e criatividade
andam juntos, ou não?
Sagrado e Profano,
espírito e corpo,
línguas e sons.

Os meus leitores, desde que iniciei-me
na arte da blogagem em www.maravilhosa.blig.ig.com.br
sabem que existem as séries de Isadora Isa.
Tais como os " Acontecimentos Bombas da semana",inauguro aqui, já que sou uma mulher de muitos cadernos,a série de Cadernos de Isadora Isa.
Vivos e pulsantes temos, O Caderno Único, também conhecido entre os marginais com o carinhoso apelido de CU, O Caderno Espião, e este que defloro agora,
O Caderno Rosa de Isadora Isa, O Caderno Digital e outros caderninhos.
Nem sei quem são, quantas Isadoras escreveram,
que palavras vivem ali, vamos abri-lo então, andiamo.

O Caderno Rosa de Isadora Isa

Rio de Janeiro, outono de 2002.

Primeira pergunta:
O que você está fazendo para ser feliz ?

Embarcaram para uma viagem ao Rio de Janeiro.Hospedaram-se num apartamento no bairro do Flamengo,na rua Senador Vergueiro. Este local ficou conhecido posteriormente como
Sala de Justiça, pois ali se encontravam os super-amigos.
Após tantos acontecimentos, morte, perdas, viagens, foram viajar...
( Bem Manuel o Audaz ... !)

Na Chegada à cidade, ouviu-se o Roberto Carlos no radinho: " em paz com a vida e com o que ela me traz, na fé que me faz positiva demais..." e a placa: BEM VINDO A XÉREM.

Voltaram da rua cansados, e a cidade com o clima frio pede um bom moletom,
cercados de serras que estavam.
Naquele dia visitaram a cidade de Niterói.
Foram de barca (o passeio tradicional)pela baía de Guanabara, com paisagens basicudas : à esquerda a ponte Rio-Niterói e à direita o Corcovado e Pão de Açucar.

Em Niterói, terra do rapper DE LEVE e do grupo de RAP mais doido da região - O QUINTO ANDAR -, visitaram o Museu de Arte Contemporânea, obra de Niemeyer, que parece um disco voador muito doido.
E os doidinhos cheirando "gela pé" na barca.

De dentro do Museu é possível ouvir o barulho do mar batendo nas pedras,
apreciar obras de Lígia Clark e outras coisas pertencentes a esfera do Belo.

De volta à capital, visitaram a Praça Tiradentes e o Palácio,
Na rua do Ouvidor não foram vistos os homens de cor, muito menos no Largo do São Francisco, já no teatro Carlos Gomes, além do ingresso para o show do Ivan Lins,
foi possível vislumbrar o quadro das Dançarinas do antigo Teatro de Revista.

Dias depois, no Jardim Botânico, eles tiveram vontade de se inscrever em curso de pandeiro, será que o Rio emite esta vontade de entrar pro balacobaco ??


KINJO LAIS
Kanagawa-Ken
Yokohama-shi
Tsurumi-ku
Ushioda-cho
Kurin Haitsu
JAPAN


Mês de Junho
Questionamento sociólogico:

Dependendo da crença de uma pessoa ela reage a determinadas ações.

O que forma a crença das pessoas? Como mudar esta crença?

Fim do mês de Junho, 2002

Dentro do ônibus em direção à São Paulo, capital.
As últimas cidades pelas quais passamos, entre BR 116 e rodovia
Régis Bittencourt, foram: Gramado-Canela-Dois Irmãos-Ivoti-São Leopoldo-
Novo Hamburgo...quase chegamos a Porto Alegre...erramos o caminho, pode?
Voltamos por Caxias do Sul, Garibaldi...

Da beirada da janela, os olhos fotografavam as paisagens.
Clichezaço pra dizer que a curiosidade é que viaja,
que os olhos é que enxergam, alimentando nossas memórias de cenários,
o filme real, o fuso diferente, deslocamento no espaço.

Entramos em Santa Catarina para ver o jogo da Copa do Mundo.
O lugar chamava-se Rio da Estiva, município da serra gaúcha.
Era de madrugada e o espaço amplo, fazia muito frio,
fomos atendidos por uma família local, que trabalhava ali à beira
da estrada. O jogo foi ótimo, o Brasil passava para as quartas-de-finais,
eliminou a Inglaterra vencendo de dois a um, putz, perdi o bolão !

Seguimos viagem por Santa Catarina, estávamos próximos da fronteira com o Paraná.
Reparou-se que - no caminho os municípios se sucediam... Itapólis, Ponto Alta do Norte...

Acordei já em Ribeira, interior do estado de São Paulo, no Vale do Paraíba.
Passamos por Miracatu, subimos a Serra da Cantareira com "uma vegetação linda",
era o que todos diziam.

No fundo, ela dizia:

"Fiquei aqui dependurada na janela do ônibus o tempo todo.
Acho que medi a Régis Bitencourt todinha com meus olhos... pegamos um puta nevoeiro na Serra de Santa Catarina, mas no interior de São Paulo, o sol já estava quente.
A beira da estrada ainda está bem verdinha, apesar do outono que queima as plantas.
Vi uma fábrica à beira da estrada no Rio Grande do Sul, iguaizinhas àquelas dos filmes de Charles Chaplin.
O sul do país é muito frio,os "ventos" das histórias de Érico Veríssimo que
trazem presságios em suas narrativas, deixam de ser apenas
figuras de linguagem e tornam-se friagem para nós reles mortais"
Dizia:
- O Sul é muito frio.E 'muito frio' abriga duas opções: isolar as pessoas ou uní-las!

Na Serra da Cantareira...córrego Pirajuçara... e todos aqueles municípios e rios com nomes indígenas.

A ALEGRIA DE PERDER-SE É UMA ALEGRIA DE SABÁ !


HISTÓRIAS URBANAS: INFERNINHOS UNIVERSITÁRIOS.


Só as figuras diferentes tiveram a oportunidade de vê-la.
Tinha uma esmalte preto nas unhas há 24 horas, aquelas mãos escreviam.
As antenas são assim sempre: estão no lugar em que têm que estar para
canalizar as energias - cibernético - dar respostas.
O Caderno Rosa era inaugurado naquela tarde e muitas pessoas passaram
através daquela antena.
Estava de tinta nos cabelos, portava músicas e poesias.
Era inaugurada a Época dos Inferninhos universitários e g-r-a-d-a-t-i-v-a-m-e-n-t-e
ia perdendo o medo.
Arriscou no escuro, pisar o desconhecido com uma mediunidade urbana, estava chegando.
Mais um vôo rasante de ANA C. - e nem aí! - a falta de destino era álibi e no fundo,
todo mundo desconfiava que sabia muito bem onde queria chegar.
A melhor maneira de mentir para os outros era dizendo a verdade
ninguém acreditava.

Quem vê nem acredita nas características daquele lugar, o inferninho vespertino da faculdade.As recorrências do demônio se davam através de uma imagem pintada na parede, um lúcifer na posição freudiana.

Como se a deusa Gaia chamasse seus filhos de volta a ela novamente, como se Gaia tivesse nos ofertado a vida e nossa vida retornará a ela, através da energia tudo retornaria para a energia primeira dela.

Nos inferninhos vespertinos, depois que a fumaça abaixava,
o olhar se abria mais,a energia ficava leve.

No fundo, ela ainda era uma incógnita com sua pulseira de Lavras Novas
e seu anel de côco.

PERSONAGENS

Um rapaz afeiado, com sorriso de professor de literatura, homossexual; um estudante de Grego e um que era chamado Lobo: agressivo, institucionalizado, para quem "falar de infância" era falar de pré-história.A palavra, o Verbo parava nele.
Era pesado, meio nuvem negra - meio luz.
Ninguém sabia de onde ele vinha, andava meio que emparelhado com o demo.
As relações se davam paralelas, determinadas por alguns símbolos.
Nesse mundo é fácil de chegar, parece que a inércia os atraía.

Nada de muito significativo nos transeuntes, uns homossexuais, malucos, vagabundos,
jovens, imigrantes, garotas ,drogas.

Cada um com sua loucura.
E seu sofrimento.

Muitas antenas funcionavam ao mesmo tempo e
isto era bom ao mesmo tempo emparedava a energia da gente.

O telefone tocou e o díalogo foi assim:
- Me indica um livro para mudar a Vida ?
- A Paixão Segundo G.H.

Clarice Lispector nos chamava, mas o primeiro encontro foi doído.
(?)
Só o primeiro capítulo please, ainda não.Após vinte e quatro horas, choravam em prantos pelo campus.

NAS PAREDES,OS CONCEITOS. NO MUNDO, OS CONCEITOS.

Naquele inferninho tinha uma cadeira em miniatura colorida de um rosa leve, feita para os pequenos amigos sentarem, tais como duendes, fadas e outros seres, e você então poderia dialogar com eles.

A vida estava pendurada numa nota de dinheiro,
e o dinheiro era apenas um pedaço de papel ( Arnaldo Antunes)
o suporte em que se experienciava o mundo.
Havia manhãs naquela época, era permitido.

Nada era interdito, nem mesmo os ares de cortesã, de menina mulher, malsã.
Ela estava excluída do contexto de ser perseguida pelo amor, ela era a fera.
Na doçura e no peso, inspirava a impossível oquidão de um ovo.
Tentava, conhecer o fulgor das trevas, a beleza do que não dá pra enxergar,
como negar olhar para um quadro, as perfeitas formas de beleza.

Naqueles ambientes era possível conhecer os poetas, artistas anônimos, que
todo mundo da faculdade conhece...tocavam música brega, daquelas que a gente ouve
quando vai dar faxina, e tantos como Rimbaud,Kerouac,Frejat,Cazuza,
Clarice, Allen Ginsberg,Billie Holliday, Chet Baker, Janis Joplin.

DEZEMBRO

No inferninho universitário rolava música cubana.
O capeta continuava rondando. A energia subia pela espinha,
não ouvíamos o chamado de Clarice.

As unhas? Acabaram.
Era o planeta nômade dos DJs, caminhando desde o mundo dos esquimós.
Doçura, chegou o Natal, que não tem um conceito POP.
Pop é esperar pelo Natal. O amor é Pop ?
Quem continua a sua obra ? E você continua a obra de quem ?
Ciência ou sensibilidade?

Fecha a cortina!
Agora os estímulos são outros, muda o plano, processa as imagens,
que sentido ela te dá?
E depois das antropologias ?

A sensibilidade: o céu dos esquimós em certos momentos permanecem
lilases por muitos dias.
Nada dito, aqui proibido.
Nada de fera, só conceitos supostos de matéria.
Não deixa ver nada de transparências.

Agora, ela já era vista com figurinhas de chicletes na mochila,
drogada deitada na grama do campus, tentando se esconder da luz.

No palco do teatro a gente tentava sempre se esconder da luz,
mas a pressão elevava-se novamente e alguns transeuntes já tinham
visto que ela andava escrevendo pelo mundo: fotografando as imagens.
Criando roteiros.

" ESTAMOS EM OZ, ENTÃO QUAL É A DIFERENÇA?"


Janeiro, 2003

Naquele tempo era vista caminhando junto aos seres que
frequentam o Edíficio Malleta ,transviados,fãs de James Dean e drogas na noite do centrão da capital.
Traficantes, universitários, funcionários públicos e gente buscando amor.
Em direção ao alto da Avenida Afonso Pena, procurar o que tinham em
mente, a cidade iluminada.

Política, poesia, falta de rumo eram assuntos da pauta do dia.
"Chutar o tempo, dentro do templo".

Ana Cristina César, o marco literário.

"O tempo fecha
Sou fiel aos acontecimentos biográficos.
Mais do que fiel, ah, tão presa! Esses mosquitos que
não largam! Minhas saudades ensurdecidas por
cigarras! O que faço aqui no campo declamando aos
metros versos longos e sentidos? Ah que estou
sentida e portuguesa, e agora não sou mais veja, não
sou mais severa e ríspida: – agora sou profissional."


Agora, sou profissional ! Uau !
Andiamo
pois a vida é imensa, e louca !
Ah.