
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
The Uncle
Naquele momento, o único lugar em que ele queria estar era lá, perto de um objeto; mesmo sem saber onde amarrar a conta mestra no tear. Naquela época, chovia a cântaros na cidade, numa visão macro os fenômenos meteorólogicos apresentavam relações e, na verdade, aquilo era um acontecimento só. Diante do ocaso e do incidente, de um trânsito caótico, da vivência do ritual católico, os cantos da cidade onde estão os teares, e até os passarinhos nas árvores, agradeciam as chuvas então, "pelo menos lavam o pó!". Chuvas homéricas, amores platônicos, cânones poéticos, questões éticas pairavam sobre a cidade. De mão em mão a poesia girava, foi assim mesmo quando ele recebeu um e-mail com textos de Hilda, que versavam sobre ausências, desconstruções, paixões, alos , mas também sobre vivências, definicoes, acasos e cavalos. ( E eu, mesmo aqui tentando não consigo lembrar onde é que no texto de Hilda, ela se referia a um "barco de asas..."). Naquele século, a Revolução Digital já grassava, novas 'criaturas' surgiam e fielmente reproduziam a mesquinhez de umas eras já ultrapassadas. Estranhamente, se deslizassem certo, ao mesmo tempo em que viviam a embriaguez do moderno, alguns seres ainda produziam o afeto. Naquele momento, passava-se já o tempo de acreditar, nada mais era surpresa ou algo para qual se pudesse atentar, só para raros ainda era interessante observar. Por isto, talvez fosse por isto, que naquele momento, o único lugar em que ele queria estar era lá, perto de um objeto.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Casa de Mário
Lembro que numa certa ocasião Fofolete foi à casa de Fofs. Ele estava ao computador. Ela, ao adentrar a casa de Fofs, trazia consigo seus alardes e suas inspirações, produzidos em momentos de crise. Era 13 de Dezembro de um ano qualquer da pós modernidade, o novo milênio já se adiantava, trazendo as boas novas: tanto caos, quanto cacos.
Fofs já havia se formado professor e ela entrava em mais uma barco de memórias, e assim, enfiava-se novamente na plasticidade de umas águas. A formatura em História, propiciou ao Fofs um glamour mais sofisticado do que o que ele já possuía, pois como bom profissional, Fofs descobrira que realmente "as lesmas quando passam deixam um caminho prateado." *
Desvendaram-se auroras literárias, construía-se um olhar ainda mais humano, poético. Isso sim, era formar-se. No quarto andar da Fafich Jonas fazia prova. Era a busca de novos títulos, novas oportunidades. Super incentivadas pela competição da pós-modernidade. Mas, no andar de baixo, tal como os namorados ferrenhos de Ulisses Tavares **, que namoravam lascado na grama, garotos tocavam um violão e cantavam calorosamente.
Quando Fofolete adentrou o apartamento de Fofs, o telefone tocou e quem era? O Jonas (aquele que mora dentro da baleia ***). O que os dois conversaram, é completo segredo, só o sabendo aqueles que habitam os infinitos de umas águas. De repente, Fofolete senta ao computador e mais do que um ato de impulso, registra a data: 13 de Dezembro. Como memorialista registra também o lugar onde estava: Casa de Fofs.
Nascia, assim, um texto que presenciado por Fofs, na casa de Fofs e sobre prédios que ambos habitavam, o poema Apologia do Absurdo (que tem como título original: Casa de Fofs).
Quem diria que entre historias e lesmas, nasceria uma obra de arte e mais do que isto, naquele tempo já se construía o que hoje se concretiza, a casa de FOFS.
A vida é assim: construir um teto para as nossas emoções e os nossos sentimentos, acomodá-los graciosamente no aconchego do nosso lar, aquecê-los e observá-las soltos, livres. Hilda construiu a Casa do Sol, Pessoa construiu a aldeia, Virginia Woolf queria um teto todo dela. Chegou o tempo de construir a Casa de Fofs.
_________________________________________________________________
* Ana Cristina César em Inéditos e Dispersos.
** GUERRILHA TROPICAL - Ulisses Tavares
*** Sá e Guarabira - Mestre Jonas
Fofs já havia se formado professor e ela entrava em mais uma barco de memórias, e assim, enfiava-se novamente na plasticidade de umas águas. A formatura em História, propiciou ao Fofs um glamour mais sofisticado do que o que ele já possuía, pois como bom profissional, Fofs descobrira que realmente "as lesmas quando passam deixam um caminho prateado." *
Desvendaram-se auroras literárias, construía-se um olhar ainda mais humano, poético. Isso sim, era formar-se. No quarto andar da Fafich Jonas fazia prova. Era a busca de novos títulos, novas oportunidades. Super incentivadas pela competição da pós-modernidade. Mas, no andar de baixo, tal como os namorados ferrenhos de Ulisses Tavares **, que namoravam lascado na grama, garotos tocavam um violão e cantavam calorosamente.
Quando Fofolete adentrou o apartamento de Fofs, o telefone tocou e quem era? O Jonas (aquele que mora dentro da baleia ***). O que os dois conversaram, é completo segredo, só o sabendo aqueles que habitam os infinitos de umas águas. De repente, Fofolete senta ao computador e mais do que um ato de impulso, registra a data: 13 de Dezembro. Como memorialista registra também o lugar onde estava: Casa de Fofs.
Nascia, assim, um texto que presenciado por Fofs, na casa de Fofs e sobre prédios que ambos habitavam, o poema Apologia do Absurdo (que tem como título original: Casa de Fofs).
Quem diria que entre historias e lesmas, nasceria uma obra de arte e mais do que isto, naquele tempo já se construía o que hoje se concretiza, a casa de FOFS.
A vida é assim: construir um teto para as nossas emoções e os nossos sentimentos, acomodá-los graciosamente no aconchego do nosso lar, aquecê-los e observá-las soltos, livres. Hilda construiu a Casa do Sol, Pessoa construiu a aldeia, Virginia Woolf queria um teto todo dela. Chegou o tempo de construir a Casa de Fofs.
_________________________________________________________________
* Ana Cristina César em Inéditos e Dispersos.
** GUERRILHA TROPICAL - Ulisses Tavares
O Presidente e seus ministros promulgam
indecências de excelências, e aproveitando o sol duas pessoas
namoram lascados na grama.
A política do beijo é a única oposição sincera no Brasil
*** Sá e Guarabira - Mestre Jonas
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Prêmio Dardos

Menina na Rede foi indicado pelo blogue da Anna Gabriela,
http://anna.gabriela.zip.net ao Prêmio Dardos.
Adorei! Para mim este prêmio é como uma troca de figurinhas virtual.
Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc, que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.
Regras:
1 - Aceitar exibir a imagem.
2 - Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
3 - Escolher 15 blogs para entregar o Prêmio Dardos
domingo, 2 de novembro de 2008
Finados
Dia de finados sem chuva, atípico.
Em épocas de mudanças tão profundas, até as superstições mudam. Não choveu. Eu sou da época em que chovia e celebrava-se a memória dos nossos antepassados. A herança de uma família baseada em valores, e homenageava-se seus entes queridos.
Hoje não. Nem choveu.
Mesmo assim as pessoas cumpriram seus rituais e mantiveram seus valores.
E os valores?
Ah, hoje também vivemos a época das mudanças de valores, mudanças profundas. Nada mal para o que vivenciamos da Moderanidade.
Como parte do novo precisamos construir novos valores ou repensar em que andamos acreditando e o que nossa cultura nos impõe. Eu quero acreditar, mas...
Hoje não. Nem choveu.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Hilda, linda!
"Pai, este é um tempo de espera.
Ouço que é preciso esperar
Uns nítidos dragões de primavera,
mas à minha porta eles viveram sempre,
Claros gigantes, líquida semente no meu pouco de terra.
Este é um tempo de silêncio.
Este é um tempo de cegueira."
Ouço que é preciso esperar
Uns nítidos dragões de primavera,
mas à minha porta eles viveram sempre,
Claros gigantes, líquida semente no meu pouco de terra.
Este é um tempo de silêncio.
Este é um tempo de cegueira."
Hilda, tão atual.
Assinar:
Postagens (Atom)